Lucélia Lecheta fala do Ano da Contabilidade no Brasil na Assembleia Legislativa do Paraná
“Nós, profissionais contábeis – 31 mil no Paraná e quase meio milhão no Brasil – vivenciamos momentos de uma verdadeira revolução em nossa profissão (…) A ciência contábil no Brasil se amolda aos parâmetros internacionais e nossas empresas passam a ser “entendidas” em todo o mundo (…) Em 2008, reunimos seis mil profissionais, em Gramado/RS, em nosso congresso nacional da contabilidade, quando o presidente Lula, que esteve conosco, reconheceu o valor e a importância da nossa profissão, alterando inclusive nossa carta de regência. Em 2012, em Belém do Pará, em novo congresso, o ex presidente americano, Bill Clinton, veio mostrar aos quase sete mil presentes como a ciência contábil é necessária e imprescindível (…) Se o que queremos é um país integrado ao chamado mundo globalizado, estamos prontos. Se o que precisamos são faróis que guiem os empreendedores rumo ao sucesso, desviando os perigos que afligem aqueles que se dispõem a investir em empresas, gerar empregos, pagar impostos e fazer um país melhor – cá estamos preparados para mostrar o caminho”. Esses são trechos do discurso que a presidente do CRCPR, Lucélia Lecheta, proferiu ontem, 27, às 14h30, no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná.
Requerido pelo deputado estadual Douglas Fabrício, o pronunciamento teve o objetivo de apresentar aos paranaenses, por meio do seu Legislativo, a campanha “2013 – Ano da Contabilidade no Brasil”, falar dos 67 anos do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná e do papel da profissão contábil no contexto do desenvolvimento econômico e social do país.
Para a presidente do CRCPR, a revolução na profissão contábil passa pelas transformações que estão ocorrendo na economia brasileira, “com uma distribuição de renda um pouco melhor, crescimento do poder de compra do cidadão comum e por consequência com o aumento considerável do número de empresas em atividade”.
Lucélia ressaltou ainda a preocupação da classe contábil com a burocracia excessiva e a pesada e complexa carga tributária que atrapalham o crescimento do país. Lembrou que no dia 25 de maio, o CRCPR, a Fiep e outras entidades lideraram, em diversas cidades do Paraná, uma manifestação pela simplificação tributária, “Ninguém, nenhum outro profissional pode falar melhor do que o contabilista quando o assunto é reforma tributária”, argumentou.
A presidente do CRCPR fez um apelo aos deputados “que não percam a oportunidade no mandato que o povo lhes deu de se indignarem e de lutarem cada vez mais contra a burocracia de leis e regramentos”, que ajudem a criar um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento econômico e social do país: “Queríamos que o ano da contabilidade no Brasil fosse marcado muito mais por iniciativas de casas de lei como essa buscando a desburocratização e o fomento a novas empresas do que por qualquer homenagem a nós contabilistas”, concluiu.
Encerrando a solenidade, o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, entregou a Lucélia Lecheta um diploma de menção honrosa com votos de louvor ao CRCPR pelos serviços prestados à sociedade e pela campanha “2013- Ano da Contabilidade no Brasil”.
Íntegra do discurso proferido pela presidente do CRCPR, Lucélia Lecheta, na Assembleia Legislativa do Paraná
Sou a primeira mulher presidente do CRCPR em 67 anos da sua história. E agradeço de imediato a atenção que terei de vocês nos próximos minutos. O mote da minha visita aqui é a campanha encabeçada pelo Conselho Federal de Contabilidade, com a participação dos 27 Conselhos Regionais e das demais entidades contábeis de nosso país – aqui especialmente a Fecopar, o Sescap-Pr e o Sicontiba e que traz a citada campanha, em seu slogan “2013- O ano da Contabilidade no Brasil!”
Podem vocês questionar qual é a novidade na profissão que motiva toda essa campanha que está nas ruas e que, no decorrer do ano, ganha a mídia de forma nunca vista.
Na verdade, nosso país passa por transformações profundas especialmente na área econômica, com uma distribuição de renda um pouco melhor, um crescimento do poder de compra do cidadão comum e, por consequência, com aumento considerável do número de empresas em atividade.
Vivemos um outro momento – um momento de economia aquecida, de investimento em pequenas, médias e grandes empresas, de preocupação com o social, com o meio ambiente – e tudo isso passa pela atividade contábil.
Por outro lado, o número de empresas precocemente mortas em nosso país, por falta de planejamento estratégico e financeiro, chega a assombrar. As águas que levam rio abaixo empresas que não se planejaram, levam também de roldão os sonhos de seus empreendedores, o emprego de muitos brasileiros, a arrecadação de impostos e deixam sequelas marcantes, facilmente evitáveis, se houvesse um controle contábil eficiente, e se o gestor usasse a contabilidade como suporte para seus atos de gestão.
As grandes e organizadas empresas, especialmente as estrangeiras – isso é fato – centralizam todo seu planejamento e ações em uma contabilidade correta, moderna, que funciona como verdadeira bússola no destino dos empreendimentos.
Nós, profissionais contábeis – 31.000 no Paraná, quase meio milhão no Brasil – vivenciamos momentos de uma verdadeira revolução em nossas profissões. Saem de cena, os já obsoletos registradores do passado das empresas e entram em campo os profissionais capazes de, baseados sim em fatos acontecidos e devidamente registrados, prever o futuro e mostrar aos gestores o caminho seguro a seguir.
A ciência contábil no Brasil se amolda aos parâmetros internacionais e nossas empresas passam a ser “ entendidas”, digamos assim, em todo o mundo.
Não há profissional que mais necessite da chamada educação profissional continuada do que o contabilista. O indecifrável emaranhado de leis e normas que os fiscos e o poder público impõem aos cidadãos e às empresas é um obstáculo cada vez maior ao crescimento de nosso país.
Aqui faço um apelo às senhoras deputadas e senhores deputados que não percam a oportunidade, no mandato que o povo lhes deu, de se indignarem e de lutarem cada vez mais contra a burocracia de leis e regramentos, como disse há pouco, indecifráveis aos olhos e à inteligência humana e que afogam o desejo e o poder de crescer financeiramente e merecidamente das pessoas e corporações. Contem sempre com os profissionais da contabilidade para que o entendimento de vocês sobre isso seja o correto, completo e que os reflexos maléficos dos exageros tributários e burocráticos saiam das sombras e possam ser combatidos.
No ultimo sábado, em todo o Paraná, realizamos um movimento público a favor da Simplificação Tributária, capitaneado pela FIEP e pelo CRCPR, com a participação de mais de 40 entidades da sociedade organizada, buscando externar ao povo e às autoridades o mal que causa ao país esse cada vez mais extenso e incompreensível labirinto burocrático e tributário que as empresas e as pessoas são obrigadas a percorrer diariamente em nosso Brasil.
A classe contábil brasileira vem fazendo sua parte! Se o que queremos é um país integrado ao chamado mundo globalizado, estamos prontos para falar a linguagem internacional dos números! Se o que precisamos são faróis que guiem os empreendedores rumo ao sucesso desviando os perigos que afligem aqueles que se dispõem a investir em empresas, gerar empregos, pagar impostos e fazer um país melhor, cá estamos preparados para mostrar o caminho!
Em 2008, reunimos 6.000 profissionais da contabilidade na cidade de Gramado/RS, em nosso congresso nacional da contabilidade, quando o presidente Lula, que esteve conosco, reconheceu o valor e a importância de nossa profissão, alterando inclusive em sua gestão nossa carta de regência. Em 2012, em Belém do Pará, em novo congresso, o ex presidente americano Bill Clinton veio mostrar aos quase 7.000 presentes como a ciência contábil é necessária e imprescindível a todo o mundo.
Em nível estadual, acabamos de realizar o nosso evento maior, a 16ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Estado do Paraná, em Foz do Iguaçu, quando debatemos assuntos de importância para nosso país com Mailson da Nóbrega, Caco Barcelos, Angela Hirata e tantas outras personalidades que nos prestigiaram na ocasião. O sucesso desse evento inseriu a nossa convenção no rol dos maiores acontecimentos de profissões regulamentadas do Brasil.
Toda essa modernidade e avanço, no meio contábil brasileiro, nos fazem ver que estamos na era digital, no tempo das informações rápidas, corretas e disponíveis a todos num toque de teclado de computador. Nosso país precisa urgentemente da famigerada reforma tributária que escraviza as pessoas e empresas e as impedem de serem melhores até para o próprio Brasil. Ninguém, nenhum outro profissional pode falar melhor do que o contabilista quando o assunto é reforma tributária. Ninguém tem mais conhecimento do tema do que nós, por cujas mãos passam 100% das empresas que operam no Brasil. Ninguém mais credenciado que o contabilista para assumir cargos públicos nas áreas financeiras, tributárias e de controle de gestão, como nos Tribunais de Contas do Estado e da União, por exemplo.
Queríamos que o ano da contabilidade no Brasil fosse marcado muito mais por iniciativas de casas de lei como essa, buscando a desburocratização e o fomento a novas empresas do que por qualquer homenagem a nós, contabilistas.
Senhoras e senhores, finalmente gostaria de dizer que nosso país é extremamente viável, invejado em seus recursos naturais e pelo seu povo alegre e empreendedor. É admirado pela pujança da sua economia; aliás, muito mais pelo potencial dela do que pelo que já foi realizado. Temos muito ainda a oferecer ao nosso povo e ao mundo. Só precisamos é dar uma chance a nós mesmos, enquanto país, enquanto nação que busca ser de primeira grandeza, e para tanto precisamos ser organizados, rápidos, precisos, modernos e de mente aberta aos novos tempos, o mesmo ideal que pregamos para nós contabilistas.
É com esse espírito de esperança, com essa garra de brasileiro que não desiste nunca, que encerro minha fala dizendo do orgulho que tenho da minha profissão, dizendo da felicidade de ter recebido de Deus o dom de contabilizar o sucesso de meus clientes e do meu país, de ver que nosso Brasil, como disse há pouco, ainda tem um potencial enorme para ser o melhor lugar do mundo para se viver. Basta que nós, cidadãos e cidadãs dessa terra abençoada, linda de norte a sul e de leste ao oeste, deslumbrante do Oiapoque ao Chuí e dos pampas aos seringais, nunca deixemos de lado a nossa capacidade de indignação pelas coisas que não julguemos corretas e trabalhemos por ajustá-las.
Encerro minha fala com um pensamento que diz tudo, quando nossa intenção é fazer de nosso Brasil um lugar melhor para todos:
“Nunca digas que o solo é árido, que chove amiúde ou que a semente não serve. Não te cabe julgar a terra ou o tempo. Tua missão é semear”.