Presidente da Fiep pede reformas para o paÍs

Aniversário Fiep 70 anos, fotos:Gelson Bampi

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, durante discurso na solenidade de comemoração dos 70 anos da entidade: ‘empresário também é trabalhador’. (Foto: Gelson Bampi)

por HUGO CATOSSI

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) na comemoração dos 70 anos da entidade, o empresário Edson Campagnolo, usou a tribuna na solenidade que reuniu mais de 800 convidados, para fazer duras críticas ao governo federal. “Chegou a hora de promover reformas no país”, afirmou. Sua declaração provocou a reação imediata por parte dos presentes que o aplaudiram de pé.

Entre os participantes no evento, além deste dirigente do Sicontiba, estava o vice-presidente de registro do Conselho Federal de Contabilidade, Nelson Zafra, e o presidente da Federação dos Contabilistas do Paraná (Fecopar), Divanzir Chiminacio.

Campagnolo é um crítico ácido da carga tributária imposta pelo governo à população brasileira e a um contingente expressivo de industriais e comerciantes. Ele citou o caso da Justiça Trabalhista, que trata com animosidade o empresário, ainda que ele seja também um trabalhador. “No Brasil, as indústrias gastam US$ 110 bilhões (R$ 247,5 bilhões) em litígios por anos. São 7 milhões de ações trabalhistas em tramitação”, assinalou.

O presidente da Fiep lembrou ainda que a carga tributária, nos moldes que se apresenta hoje, só poderia ser encarada como legítima, se representasse investimentos para o Brasil. Mas não é o que se vê. Enquanto países como a Coreia do Sul estão apresentando um desenvolvimento educacional sem precedentes, o Brasil patina nos últimos lugares dos rankings internacionais. É lamentável e vergonhoso.

Campagnolo questionou o salário dos vereadores e os cargos vitalícios dos conselheiros dos Tribunais de Contas. A crítica deveria se estender também para o aparelhamento do estado nos últimos anos, e para os gastos estratosféricos do serviço público, sem que os resultados apareçam.

Agindo na calada da noite, quase todos os parlamentares do país, hoje, recebem salários que atingem quase o teto do funcionalismo público – algo em torno de R$ 26 mil. O vencimento que era reservado, antes, apenas aos ministros do Supremo Tribunal Federal, tornou-se moeda corrente em todo o país, ampliando o espectro partidário e tornando-se o sonho de consumo de qualquer aspirante político. Mesmo aqueles que atravessam o período de seu mandato entrando quietos e saindo calados do parlamento, sem sequer apresentar um projeto. Há casos em profusão e que deveriam ser denunciados.

É o que pretende, a partir de agora, a ONG Transparência Brasil que, com o aval de Edson Campagnolo e a parceria da Fiep, estão lançando o projeto Vote Bem, com o objetivo de monitorar e publicar o perfil de cada candidato no Paraná que estará concorrendo nas eleições. “São mais de 1.060 nomes no site. Prestem atenção naquelas informações. Não vamos mais perder as incríveis oportunidades que nosso país maravilhoso tem a oferecer”, disse o presidente da Fiep. Eu assinaria embaixo.

HUGO CATOSSI é presidente do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba e Região (SICONTIBA).

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